A reforma tributária e a nova formação de preço
A reforma tributária tem gerado uma série de ajustes e adaptações no mercado, e a nova formação de preço é uma das principais temáticas.
Neste novo modelo de tributação, as empresas precisam entender como calcular o preço de venda de seus produtos e serviços considerando as novas regras de impostos.
O objetivo deste artigo é mostrar as principais transformações na formação de preço e como a reforma impacta diretamente a composição do preço final. Boa leitura!
1. Conceito de ‘Gross’ na Formação de Preço no sistema atual
O conceito de ‘gross’, utilizado para a formação de preço, consiste em embutir os impostos no valor final de venda. Dessa forma, o cliente arca com o valor do tributo, garantindo que o custo e a margem de lucro da empresa sejam preservados.
Esse método é uma prática comum para manter o lucro desejado, porém, com a reforma tributária, o cálculo da nova formação de preço exige uma adaptação.
Exemplo prático:Atualmente, se uma empresa visa obter R$ 200 de lucro com a venda de um produto, o preço de venda final deve incluir o custo, a margem e o imposto. No caso do ICMS, o valor de venda seria de R$ 243,90, permitindo a manutenção do lucro de R$ 200.
2. Impacto da Reforma Tributária na Nova Formação de Preço
Com a reforma tributária, a formação de preço dos produtos e serviços passa por alterações significativas. Impostos como o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e a CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) serão aplicados “por fora”, ou seja, diretamente sobre o custo e a margem de lucro, sem estar embutidos no preço final.
Novo cenário:Em um cálculo com alíquota de 17%, o preço de venda final passa a ser de R$ 235,40, o que, inicialmente, pode parecer uma vantagem, pois reduz o valor final de venda. No entanto, a nova formação de preço também gera outros pontos de atenção para as empresas, pois exige mudanças nas práticas contábeis e de precificação.
3. Mudança no Modelo de Cálculo e Implicações para a Nova Formação de Preço
A nova formação de preço com a reforma tributária se afasta do cálculo tradicional ‘por dentro’ e adota a modalidade ‘por fora’. Essa mudança requer que as empresas realizem um cálculo reverso para eliminar os impostos embutidos e chegar a um valor líquido de venda.
Para realizar uma simulação precisa, é necessário retirar os tributos incluídos anteriormente no preço final e fazer um um novo cálculo com os novos tributos para se chegar na nova carga tributária.
Há o detalhe que, durante o período de transição, a precificação deverá levar em conta tantos os tributos atuais quanto os novo, aumentando a complexidade e exigindo maior atenção neste trabalho para se precificar corretamente as operações e evitar um preço maior do que o do mercado, perdendo competividade ou um preço menor do que a organização poderia suportar.
4. Considerações Adicionais para Simulações de Nova Formação de Preço
Para calcular a nova formação de preço, as empresas precisam considerar variáveis importantes, como o regime tributário de seus fornecedores. Por exemplo, fornecedores que estão sob o regime do Simples Nacional e que optem por continuar recolhendo os tributos por dentro do regime simplificado podem proporcionar menos créditos aos seus tomadores.
Esse fator é essencial para a formação de preço, pois altera a carga tributária aplicada em cada transação e, consequentemente, o preço final de venda, de modo que a capacidade de gerir eficientemente créditos de tributos não cumulativos, como CBS e IBS, é essencial para a precificação de produtos, pois reduz custos e proporciona vantagem competitiva, especialmente em mercados de margens reduzidas.
O uso adequado desses créditos permite preços mais acessíveis sem afetar a rentabilidade, tornando-se um diferencial estratégico para a competitividade e o sucesso financeiro da empresa. Da mesma forma, simular cenários também se torna necessário para que as empresas projetem as melhores práticas de precificação e tributação sob as novas regras.
5. Conclusão: A Importância da Nova Formação de Preço para as Empresas
Com a reforma tributária, a formação de preços exige maior atenção das empresas devido aos novos tributos como o IBS e a CBS, já que pode haver um aumento na complexidade deste processo durante o período de transição.
As empresas precisarão adaptar suas estratégias contábeis, considerar o regime tributário dos fornecedores e realizar uma análise tributária detalhada para simular cenários, de modo que um acompanhamento de perto das alterações legislativas e regramentos e o suporte de profissionais qualificados são essenciais para otimizar os benefícios da reforma, minimizando riscos e preservando a lucratividade.
