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Governança Societária para empresas fechadas: 3 cláusulas essenciais para evitar conflitos

Sabia que 70% das empresas familiares enfrentam conflitos societários que poderiam ser evitados com regras claras? A governança societária não é exclusividade das grandes corporações listadas na bolsa. Empresas fechadas, especialmente holdings familiares ou aquelas com sócios minoritários, também se beneficiam — e muito — de práticas consagradas no mercado de capitais.

Neste artigo, você vai descobrir três cláusulas essenciais para proteger seu negócio, alinhar expectativas entre sócios e garantir decisões estratégicas sem traumas.

Por que a Governança Societária é crucial para empresas fechadas?

Empresas sem regras claras estão mais sujeitas a:

  • Conflitos entre sócios que prejudicam a operação e a reputação do negócio.

  • Desalinhamento estratégico, especialmente em momentos como vendas ou sucessões.

  • Dificuldade para atrair investidores, que buscam segurança jurídica.

Segundo o IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), 80% das empresas que adotam boas práticas societárias têm processos decisórios mais ágeis.

3 Cláusulas que toda empresa fechada deveria ter

1. Cláusula de permanência mínima (Lock-Up)

Problema que resolve: Evita que sócios saiam precocemente, levando capital e conhecimento estratégico.
Como funciona: Estipula um período mínimo para permanência na sociedade.

Benefícios:

  • Garante comprometimento com o crescimento do negócio.

  • Protege know-how nas fases iniciais.

  • Aumenta a confiança de bancos e investidores.

Exemplo: Uma startup em fase de scale-up inclui lock-up de 3 anos para sócios-fundadores.

2. Direito de venda conjunta (Tag Along)

Problema que resolve: Protege minoritários quando o controlador vende sua participação.
Como funciona: Permite que sócios menores vendam suas cotas nas mesmas condições do majoritário.

Benefícios:

  • Evita convivência forçada com novos controladores.

  • Assegura tratamento justo a todos os sócios.

  • Atrai investidores que buscam segurança.

Exemplo: Em uma holding familiar, o tag along garantiu que minoritários não ficassem presos a um comprador desconhecido.

3. Venda conjunta obrigatória (Drag Along)

Problema que resolve: Impede que minoritários bloqueiem vendas estratégicas.
Como funciona: Se majoritários decidem vender, os demais são obrigados a acompanhar.

Benefícios:

  • Facilita fusões, aquisições e sucessões.

  • Agiliza decisões críticas para o negócio.

  • Evita disputas judiciais por discordâncias pontuais.

Exemplo: Uma empresa de médio porte usou drag along para vender 100% do capital a um fundo internacional.

Ferramentas recomendadas para implementação

  1. Modelos de Contrato Societário (disponíveis em plataformas como Legal Labs ou Thomson Reuters).

  2. Consultoria em Governança (empresas como KPMG ou IBGC oferecem diagnósticos personalizados).

  3. Softwares de Gestão Societária (ex.: Astrea ou Accordus).

Erros comuns (e como evitá-los)

  • Não revisar o contrato social periodicamente: Atualize as cláusulas a cada nova entrada de sócios ou investidores.

  • Ignorar conflitos de interesse: Documente decisões em atas para evitar litígios futuros.

  • Subestimar a comunicação: Alinhe expectativas com todos os sócios antes de implementar regras.

Governança societária não é burocracia — é proteção. Se sua empresa tem sócios minoritários, está em fase de crescimento ou planeja uma venda futura, essas cláusulas podem ser a diferença entre um negócio sustentável e um conflito irreparável.

Quer ir além? Confira nosso artigo no blog a respeito de quadro societário ou leia nosso artigo sobre Sucessão em Empresas Familiares 

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